20 agosto 2004



Mariana regressa a casa. Desespera por um relaxante banho de sais. Antes espera-a o cheiro da multidão que como ela regressa depois de uma semana em Agosto chuvoso. As férias já foram e com elas os filhos, que por estes dias ficam com o ex-marido no apartamento que foi dos dois, na Costa da Caparica. Frusta-a a facilidade com que ele a convenceu, como sempre a convenceu de tudo, mesmo quando a abandonou. Quase refeita, vai de fim-de-semana com as amigas, para um apartamento alugado em Tróia. Hoje ainda há cinema e pipocas, uma comédia romântica qualquer, e um copo algures.



"Estou viva", murmura repetidamente

11 agosto 2004



em dias já algo distantes entrei, ainda ensonado, numa pequena padaria na av. de berna, já não muito distante do campo pequeno. passavam os minutos antes de uma entrevista de emprego, quando fui resgatado ao nervosismo por um odor salivante a pão fresco. entrei, percorri a bancada com o olhar distante no pão fresco que em miudo comprava numa padaria perto de casa, daquelas onde a lenha perfuma e tempera. pedi uma bola, daquelas, se faz favor. obrigado. quanto é?

enquanto espero resposta, entra uma voz familiar, daquelas que facilmente reconheço mas não associo à pessoa (faço o mesmo com as caras, admito), não espera pela sua vez, está com pressa, avisa, é atendido e despede-se: até amanhã às oito...

05 agosto 2004


a monotonia preenche os dias de vazio
a desordem surge como agente libertador, fixando o pensamento na margem do quotidiano.