28 dezembro 2005
27 dezembro 2005
A partida, pelas 7:45 no Barreiro abria o dia. Até aí o sonambulismo conduzia-me mudo. Uma busca apressada pelas cabeças que me rodeiam marca o despertar. Já tinham entrado e esperavam-me na varanda. Alguns conheço há anos, outros apareceram ontem conhecidos de um conhecido, hoje amigos, mas todos nós passageiros daquela varanda de sol sobre o tejo.
Lá dentro, os bancos corridos costas com costas e um átrio de entrada transformado em mesa de sueca, ajudaram a marcar uma época em que o longo e majestoso percurso entre margens era suavizado pela companhia.
Pela tarde, já depois das seis, encontro marcado na rua do crucifixo, junto à boca do metro. Após um passeio mais ou menos apressado, são tantas as vezes que o estômago nos impele para um salgado ou um gelado consoante a temperatura, a varanda espera-nos novamente. O grupo muda de viagem para viagem, a conversa é a mesma de sempre.
Este ritual terminou com a chegada das novas embarcações. Sem varanda, com todas as cadeiras alinhadas com a proa, o conforto agora sobrepõe-se ao convívio.
Não encontro entre o meu ror de defeitos o saudosismo, mas que o progresso tem uma certa tendência em retirar o sal dos dias parece-me pouco discutível.
12 dezembro 2005
Eh! Companheiro vou falar
vou falar do meu parecer
Vira o vento muda a sorte
toda a vida ouvi dizer
soprou muita ventania
não vi a sorte crescer
meu destino e sempre o mesmo
desde moço até morrer
Eh! Companheiro aqui estou
aqui estou p'ra responder
Sorte assim não cresce a toa
como urtiga por colher
cresce nas vinhas do povo
leva tempo a amadur'cer
quando mudar seu destino
está ao alcance de um viver
Sergio Godinho
in "Margem de Certa Maneira", José Mário Branco, 1982
25 novembro 2005
22 novembro 2005
15 novembro 2005
09 novembro 2005
Deambulou pelas horas entre neblina e as ruas estreitas que se atravessaram abruptamente no seu caminho. Não ladrou ao cão nem bebeu café, afastou o cabelo dos olhos, sorriu a uma sarjeta e rasgou o papel de parede. Subiu a colina, passou pelas flores, pelo guarda freio e abrandou junto ao Julião. Pedro chora abundantemente, ata o sapato, aperta a gravata e entrega o cata-vento. Retém-se poucos minutos, e sai veloz pela força do odor a churros e farturas que em dia de finados teima em parar à porta do cemitério.
04 novembro 2005
28 outubro 2005
05 outubro 2005
02 outubro 2005
27 setembro 2005
22 setembro 2005
15 setembro 2005
20 agosto 2005
pedro passava as tardes à mesa de um bar, entre um café e um maço de cigarros. de poucas palavras entre a verborreia alheia que discorre habitualmente sobre nada, pedro respirava lentamente o calor estival enquanto os temas se iam repetindo dolorosamente. Naquele dia em particular, o seu silencio era mais compacto, a sua respiração mais profunda e nem adoçou o café. Naquele momento falou-se de fortunas alheias, alguém invejou os pertences de outrem, e um terceiro fanfarronou sobre si, e o que faria rico. pedro respirou mais fundo e levantou-se.
- vou bulir
a conversa continuou indiferente.
pedro passa as noites à mesa de um bar, entre um café e um maço de cigarros. de poucas palavras entre a verborreia alheia que discorre habitualmente sobre nada.
14 agosto 2005
09 agosto 2005
02 agosto 2005
01 agosto 2005
O Banho Santo
Na freguesia de S. Bartolomeu do Mar, em Esposende, realiza-se todos os anos no dia 24 de Agosto, dia dedicado ao santo que os populares acreditam ser capaz de apanhar o Diabo. Os milhares de pessoas que ali acorrem, respeitando a tradição que diz que o banho nas águas geladas do Atlântico expulsa o Diabo do corpo.
30 julho 2005
29 julho 2005
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05 junho 2005
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