24 janeiro 2006



Rosita corta as unhas descuidadamente no terreiro defronte à entrada. Dobrada, de rabo enorme a saltar perigosamente para fora das calças, aproveita o fraco sol do meio dia, neste Janeiro frio, enquanto os restos caem ruidosamente no chão de cimento gretado. Trauteia quase imperceptivelmente ao som de uma qualquer FM popular, prende na orelha profusamente violada uma madeixa de cabelo louro só até às raizes, e ensaia um passo de dança com a vassoura enquanto varre os 20 despojos, azuis como a camisa insidiosamente aberta, que ontem à noite usou.

Rosita compõe a saia, coloca o avental, verifica o menu e abre a porta. Lá dentro já cheira.


"my bloved monster" eels

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