Gosto de entrar na Fnac e vasculhar os livros de fotografia. Gosto de os folhear tão devagar quanto o tempo mo permitir, enquanto tomo notas numa whishlist mental. Por vezes deixo-me convencer por um livro ou um disco que me sinto incapaz de deixar novamente abandonado na prateleira. Desta vez passei primeiro pela Bertrand.
Mesmo à entrada estava um molhe de livros manuseados a baixo preço. Rapidamente descubro alguns de fotografia. Passo os olhos por todos os que encontro, não muitos, meia dúzia, talvez menos. O olhar intenso de uma criança negra desvia-se de um jogo de futebol num campo de refugiados do Ruanda e centra-se na camera de Eli Reed. Gueorgui Pinkhassov encontra uma bola vermelha que se esgueira nas mãos de uma criança entre as sobras de Bouches-du-Rhône. As mesmas sombras que Alex Webb encontra em Port-au-Prince. É o futebol que une as imagens recolhidas por fotógrafos da Magnum. É um livro simpático, e por 5 € ganhou um lugar na minha estante. Com ele vieram também o “Divided Soul” de David Alan Harvey e o “Pictures from the Surface of the Earth” de Wim Wenders. Tudo por 30€.
Enquanto esperava pelas donzelas perdidas no supermercado ainda dei um salto à Fnac, mais puxado pelo vício do que outro motivo qualquer. Atalhando a direito até à estante dos livros que mais me interessam, adicionei novamente o “Exposure” à tal whishlist, que sempre que o fim do mês o permite, procuro reduzir numa livraria on-line.
Ainda antes de sair pousei o olhar no “Mr. Mkhize’s Portrait & other stories from the new South Africa” de Adam Broomberg e Oliver Chanarin. Na segunda página, negra, escreve-se assim:
Mr. Mkhize has been photographed twice before in his life.
The first was for his Pass Book, which allowed the apartheid government to control his movements.
The Second was for his Identity Book, which allowed him to vote in the first democratic elections in 1994.
Ten years later, we took his picture for no official reason.
Não resisti. Nem aqui nem mais à frente, já no meio dos discos de jazz, ao “Steamin’ with the Miles Davis Quintet”. Não resisti nem podia. Este raide ficou por menos de 10€...
Afinal sempre fiz bem em trazer apenas “O Principezinho” para ler estas férias.
Pêra, 8 de Agosto de 2007.
2 comentários:
que livro horrível
:(
boas férias, anormal.
o puto?
o puto continua de férias :|
estás bem, palerma? :)
Enviar um comentário